(Texto postado originalmente na lista do grupo de estudos e assistência espiritual do IPPB)
Há muitos anos vivendo na solidão dos Himalaias, resolveu o velho asceta descer e passar os ensinamentos à população mais próxima, que vivia o seu cotidiano bem diferente do seu.
Apenas com uma tanga e um velho cobertor que tinha ganhado como um sinal de reverência por uma pessoa que desejava tornar-se seu discípulo, lá vai ele a colocar seus pés descalços nas neves cristalinas. Vai em paz interior muito grande, embora saiba que algo muito grande e importante vai acontecer.
Há muitos anos vivendo na solidão dos Himalaias, resolveu o velho asceta descer e passar os ensinamentos à população mais próxima, que vivia o seu cotidiano bem diferente do seu.
Apenas com uma tanga e um velho cobertor que tinha ganhado como um sinal de reverência por uma pessoa que desejava tornar-se seu discípulo, lá vai ele a colocar seus pés descalços nas neves cristalinas. Vai em paz interior muito grande, embora saiba que algo muito grande e importante vai acontecer.
Quando chega à aldeiazinha, várias crianças vêm correndo e gritando em sua direção. Elas todas têm um brilho no olhar, mas uma em especial tem os olhos mais bonitos que o velho sábio já viu. Uma enorme onda de Amor toma conta do velho asceta e a vontade que ele tem é de se ajoelhar perante esse serzinho tão bonito. Um cheiro enorme de guirlandas toma conta dos pulmões do velho sábio.
Todas as crianças brincam em volta daquela criança tão especial. E o velho habitante das montanhas está completamente paralisado. Sente ondas simultâneas de calor e frio em sua coluna. E de no alto de sua cabeça, explodem miríades de estrelinhas douradas, que imediatamente se espalham pelo universo. Tenta manipular as palavras e verbalizá-las de sua boca, mas algo o impede. A onda de Amor que viaja por todo seu corpo impede tal ato. Um silêncio tão grande e gostoso toma conta de cada milímetro de sua alma, que as lágrimas de agradecimento são a sua única possibilidade de expressão. E é através desse silêncio sem som que ele trava um diálogo com o Menininho tão especial, que o fita com tamanho Amor, que a vontade do velho solitário é de se ajoelhar.
- Sim, meu bom amigo. Fui eu quem trouxe você aqui. Tenho observado você há muito tempo, lá no topo das montanhas dos Himalaias. Sinto em você uma dedicação inestimável para o Bem da Humanidade, mas chegou a hora de você estar mais perto das pessoas. Elas precisam de você...
- Mas, Menininho, estou há tanto tempo nessas montanhas divinas que o convívio humano não me é mais suportável. Já faço caridade em descer aqui, de tempos em tempos e passar algum conhecimento...
- Amado amigo, o Senhor dos Universos não se afasta de nenhum ser de sua criação em momento algum. Por que você seria diferente?
- Mas eles não estão preparados para aprender as técnicas que o Yoga proporciona. Esses conhecimentos devem ser passados de Mestre a discípulos...
- Estimado asceta, chegou a hora em que o Criador quer que todos tenham acesso aos conhecimentos divinais. E quem seria você perante Ele? Como você acha que chegou a esse conhecimento atual? Muitas pedras rolaram dentro e fora de curso, a fim de proporcionar o crescimento de você e de todos os seres. Como querer questionar os desígnios do Criador? Abra seu coração e torne-se o último dos mortais a questionar a trajetória natural do Universo e de seus seres. Misture-se a população e seja um irmão mais velho, que está sempre disposto a ajudar, a esclarecer e a ensinar a perdoar. Lembre-se dos seguintes conhecimentos: Faça o bem sempre e tente ignorar o mal (que não passa de esquecimento da Luz). Antes de usar só o conhecimento dos livros sagrados, que tal unir mente e coração no escutar, no falar e no agir? Que tal estar sempre com um brilho no olhar? Aquele brilho que acalma as tempestades interiores de qualquer irmão de caminhada evolutiva? O Olhar de Brahman... (1) E acima de tudo: nunca espere nada em troca, lembre de que os frutos de qualquer ação devem ser ofertados para Mim.
Nesse momento, em que o tempo parecia estar congelado, o velho sábio, olhando fixamente para os olhos do menininho divinal, pode ver que aquelas estrelinhas que explodiram em seu coronário (2) tinham sido endereçadas a várias pessoas que estavam evocando o nome de Krishna e pedindo ajuda urgente. Crianças, velhos e adultos – todos beneficiados por tamanha onda de Amor e Compaixão...
Assim, fazendo o caminho de volta da energia de seu coronário, o velho sábio entendeu que o momento de seu sadhana (3) era com os seus semelhantes, não mais sozinho nas cavernas geladas e isoladas dos Himalaias.
O Menininho Azul dá um sorriso e pisca o olhinho para o velho asceta e se afasta, tocando sua flauta mágica e seguida pelas crianças, que pareciam saber bem o significado de tudo que havia acontecido.
* * *
Um vento muito forte varre a velha caverna do asceta. Ele abre os olhos e acorda com o nome de Krishna em seus lábios. Tentando recobrar os detalhes do sonho, o velho asceta é quase levado por mãos invisíveis para a entrada da caverna. Ao fundo, muito longe dali, ele pode avistar um pequeno povoado. O som de uma flauta doce começa a tocar pelo ar (ou será no seu coração?).
Um sorriso explode em sua face, como o nascer de uma flor-de-lótus. Tinha entendido tudo. O Menininho Azul o estava convocando para o trabalho. Ele se despede daquela caverna, que por tantos anos foi a sua querida morada. Pega os seus poucos pertences e começa a descer, alegremente, as encostas das montanhas, rumo ao povoado que seria nova morada e família.
- Washington da Silva -
São Paulo, 10 de maio de 2003.
Pessoal, estava aqui, bem na frente do computador, ouvindo Kiss. De repente, deu uma vontade de ouvir o mantra Hare Krishna e coloquei o CD “Sankirtan - Divine Chants”, do Sri Chitanya Kripa. Essa história veio à mente em questões de minutos. Ela não é minha, é de alguém ligado às energias do Menininho Azul.
Espero que gostem.
- Notas do texto:
1. Brahman (do sânscrito): O Absoluto, O Supremo, O TODO, O Grande Arquiteto Do Universo, Deus.
2. Chacra coronário: É o chacra situado no meio do alto da cabeça, principal ponto de conexão com as energias superiores.
3. Sadhana (do sânscrito): Disciplina espiritual.
Todas as crianças brincam em volta daquela criança tão especial. E o velho habitante das montanhas está completamente paralisado. Sente ondas simultâneas de calor e frio em sua coluna. E de no alto de sua cabeça, explodem miríades de estrelinhas douradas, que imediatamente se espalham pelo universo. Tenta manipular as palavras e verbalizá-las de sua boca, mas algo o impede. A onda de Amor que viaja por todo seu corpo impede tal ato. Um silêncio tão grande e gostoso toma conta de cada milímetro de sua alma, que as lágrimas de agradecimento são a sua única possibilidade de expressão. E é através desse silêncio sem som que ele trava um diálogo com o Menininho tão especial, que o fita com tamanho Amor, que a vontade do velho solitário é de se ajoelhar.
- Sim, meu bom amigo. Fui eu quem trouxe você aqui. Tenho observado você há muito tempo, lá no topo das montanhas dos Himalaias. Sinto em você uma dedicação inestimável para o Bem da Humanidade, mas chegou a hora de você estar mais perto das pessoas. Elas precisam de você...
- Mas, Menininho, estou há tanto tempo nessas montanhas divinas que o convívio humano não me é mais suportável. Já faço caridade em descer aqui, de tempos em tempos e passar algum conhecimento...
- Amado amigo, o Senhor dos Universos não se afasta de nenhum ser de sua criação em momento algum. Por que você seria diferente?
- Mas eles não estão preparados para aprender as técnicas que o Yoga proporciona. Esses conhecimentos devem ser passados de Mestre a discípulos...
- Estimado asceta, chegou a hora em que o Criador quer que todos tenham acesso aos conhecimentos divinais. E quem seria você perante Ele? Como você acha que chegou a esse conhecimento atual? Muitas pedras rolaram dentro e fora de curso, a fim de proporcionar o crescimento de você e de todos os seres. Como querer questionar os desígnios do Criador? Abra seu coração e torne-se o último dos mortais a questionar a trajetória natural do Universo e de seus seres. Misture-se a população e seja um irmão mais velho, que está sempre disposto a ajudar, a esclarecer e a ensinar a perdoar. Lembre-se dos seguintes conhecimentos: Faça o bem sempre e tente ignorar o mal (que não passa de esquecimento da Luz). Antes de usar só o conhecimento dos livros sagrados, que tal unir mente e coração no escutar, no falar e no agir? Que tal estar sempre com um brilho no olhar? Aquele brilho que acalma as tempestades interiores de qualquer irmão de caminhada evolutiva? O Olhar de Brahman... (1) E acima de tudo: nunca espere nada em troca, lembre de que os frutos de qualquer ação devem ser ofertados para Mim.
Nesse momento, em que o tempo parecia estar congelado, o velho sábio, olhando fixamente para os olhos do menininho divinal, pode ver que aquelas estrelinhas que explodiram em seu coronário (2) tinham sido endereçadas a várias pessoas que estavam evocando o nome de Krishna e pedindo ajuda urgente. Crianças, velhos e adultos – todos beneficiados por tamanha onda de Amor e Compaixão...
Assim, fazendo o caminho de volta da energia de seu coronário, o velho sábio entendeu que o momento de seu sadhana (3) era com os seus semelhantes, não mais sozinho nas cavernas geladas e isoladas dos Himalaias.
O Menininho Azul dá um sorriso e pisca o olhinho para o velho asceta e se afasta, tocando sua flauta mágica e seguida pelas crianças, que pareciam saber bem o significado de tudo que havia acontecido.
* * *
Um vento muito forte varre a velha caverna do asceta. Ele abre os olhos e acorda com o nome de Krishna em seus lábios. Tentando recobrar os detalhes do sonho, o velho asceta é quase levado por mãos invisíveis para a entrada da caverna. Ao fundo, muito longe dali, ele pode avistar um pequeno povoado. O som de uma flauta doce começa a tocar pelo ar (ou será no seu coração?).
Um sorriso explode em sua face, como o nascer de uma flor-de-lótus. Tinha entendido tudo. O Menininho Azul o estava convocando para o trabalho. Ele se despede daquela caverna, que por tantos anos foi a sua querida morada. Pega os seus poucos pertences e começa a descer, alegremente, as encostas das montanhas, rumo ao povoado que seria nova morada e família.
- Washington da Silva -
São Paulo, 10 de maio de 2003.
Pessoal, estava aqui, bem na frente do computador, ouvindo Kiss. De repente, deu uma vontade de ouvir o mantra Hare Krishna e coloquei o CD “Sankirtan - Divine Chants”, do Sri Chitanya Kripa. Essa história veio à mente em questões de minutos. Ela não é minha, é de alguém ligado às energias do Menininho Azul.
Espero que gostem.
- Notas do texto:
1. Brahman (do sânscrito): O Absoluto, O Supremo, O TODO, O Grande Arquiteto Do Universo, Deus.
2. Chacra coronário: É o chacra situado no meio do alto da cabeça, principal ponto de conexão com as energias superiores.
3. Sadhana (do sânscrito): Disciplina espiritual.
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